ESTOU SALVO OU AINDA POSSO PERDER A SALVAÇÃO?

Oséias Graça Tavares

Eu digo que para uma pessoa ser salva não só importa o conhecer a Cristo, antes importa ser conhecido por Cristo.

Cristo é onisciente, e como tal conhece todas as pessoas. Mas, a despeito disso, Cristo afirmou que nunca conheceu algumas pessoas que estavam na Igreja, chamando-O de Senhor, e também profetizando, expulsando demônios e realizando muitos milagres em Seu nome. Ainda assim Jesus lhes dirá claramente: ‘Nunca vos conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal! ’(Mateus 7:21-23).

Eles estão na Igreja, possuem dons espirituais, e são usados por Deus, e Jesus, o onisciente, diz que nunca as conheceu?

Se Jesus não conhece tais pessoas, então como Ele as usa poderosamente?

Se Cristo não as conhece, então como Ele sabe que elas praticam o mal?

Em Romanos 8:29 Paulo diz que Deus conheceu algumas pessoas de antemão, e também os predestinou E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou. (Romanos 8:30).

O que Jesus diz quando afirmou que nunca conheceu pessoas da Igreja é que quando Ele foi escolher de antemão os seus eleitos, aquelas pessoas de Mateus 7:21-23 e todos os falsos crentes não foram conhecidos de antemão na eleição.

No entanto, Jesus também é eterno, e quando um Ser eterno diz nunca, Ele está dizendo um nunca eterno. Por isso, a Bíblia registra que os nomes dos perdidos não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo. Ou seja, os perdidos nunca tiveram seus nomes escritos no livro da vida (Apocalipse 17:8). E isto nos leva a concluir que eles não perderam a salvação, mas NUNCA foram salvos nem por um dia sequer.

Paulo afirma que Deus nos escolheu em Cristo antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença (Efésios 1:4). Contudo, Ele não apenas nos escolheu para sermos santos, mas também nos predestinou para sermos conformes à imagem de seu Filho. Ele também nos chamou para o Reino do Filho do seu Amor (Romanos 8:29).

Porém, não é a eleição, a predestinação e nem mesmo a chamada que definem a salvação, pois não adianta ser chamado e não ser escolhido. A salvação é definida na justificação, que PARA DEUS ocorreu antes da fundação do mundo, como também a glorificação de nossos corpos já está decretada.

E Deus conhece os que Lhe pertence, e a não ser que você creia que Deus possa se enganar, neste caso seria possível alguém que foi escolhido, predestinado, chamado, justificado e glorificado perder a salvação.

Mas, Jesus nunca conheceu os falsos crentes, porque nós, os salvos, temos o firme fundamento de Deus que permanece inabalável e selado com esta inscrição: "O Senhor conhece quem lhe pertence" (2 Timóteo 2:19).

E é por isso que Jesus diz: “Eu rogo por eles. Não estou rogando pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus. Enquanto estava com eles, eu os protegi e os guardei pelo nome que me deste. nenhum deles se perdeu, a não ser aquele que estava destinado à perdição, para que se cumprisse a Escritura.” (João 17:9,12).

Crer que o salvo pode perder a salvação é crer que Jesus não é poderoso para nos proteger e nos guardar da perdição. No entanto, se Jesus, quando esvaziado de seus atributos, conseguiu proteger e guardar da perdição a todos os que o Pai lhe deu, imagina o Jesus que disse que todo poder Lhe foi dado na Terra e nos Céus. Este mesmo Jesus todo poderoso disse: “ESTOU CONVOSCO TODOS OS DIAS”. (Mateus 28:18-20).

Paulo estava plenamente convencido de que Ele era poderoso para cumprir o que havia prometido. (Romanos 4:21).

Paulo afirmou: ”Sei em quem tenho crido e estou bem certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia.” (2 Timóteo 1:12).

Judas, o irmão do Senhor, afirmou Ele é poderoso para impedir os salvos de cair para poder apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com grande alegria. (Judas 1:24).

Pedro também afirma que a escolha se deu de acordo com a presciência de Deus Pai, ou seja, antes da fundação do mundo, pela obra santificadora do Espírito, para a obediência a Jesus Cristo. Aqui cabe destacar que a escolha se dá para obediência, e não pela obediência. (1 Pedro 1:2).

Será que a presciência de Deus pode falhar ou há engano no Altíssimo? É claro que não. Ele é Aquele que anuncia o fim desde o princípio (Isaías 46:9,10).

Pedro afirma Deus nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas nós nos  tornássemos participantes da natureza divina e fugíssemos da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça. (2 Pedro 1:4)

O salvo participa da natureza de Deus, isto porque ela passa a ser filho regenerado (gerado de novo) por Deus.

Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus. (1 João 3:9).

Somos participantes da natureza divina porque a semente (spérma no grego) de Deus permanece em nós, e nos impede de pecar.

E, aqui, João diz que o nascido de Deus carrega em si o sêmen divino. E que este sêmen da graça é que o impede o nascido de Deus ( a nova criatura) de viver uma vida que tivesse contentamento na pratica da violação da consciência do homem interior criado por Deus.

E este é um processo constante e crescente. Até Cristo ser gerado em nós.

Portanto, a luz das Escrituras e a vista do acima exposto é impossível que um cristão justificado por Deus venha a perder a sua salvação, pois dos dons e da sua vocação Deus não se arrepende. E a salvação é um dom de Deus (Romanos 11:29).

Finalizo com esta garantia do Senhor aos seus eleitos:

“Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto de enganar, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos.” Mateus 24:24.

Portanto, o Senhor confirma que não é possível enganar um eleito do Senhor, e fazê-lo seguir um falso profeta e um falso cristo.

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